terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Olhos vazios e a Bienal







Às vezes eu ando sem observar nada. Esvazio meus olhos e saio andando... Sei aonde vou e o que vou fazer, mas é como se por alguns minutos minha mente se desligasse de tudo que está a minha volta. Eu não presto atenção nas pessoas, nos carros que estão passando, em absolutamente nada. Fico só imaginando coisas, recordando alguns momentos... Entro em transe, e tudo se torna tão inofensivo... Não sinto medo nenhum. Uma força toma conta de mim e sinto-me grande, destemida, pronta para vencer qualquer obstáculo, conseguir qualquer coisa que eu queira. Quando desperto, volto a ser eu, com meus medos, meus sentimentos guardados, recolhidos, meu tédio!...

Sexta-feira, dia 10/12, saí com minha amiga. Fomos ao Ibirapuera, ver a Bienal. Chegamos na Av. Paulista e ao invés de descermos a Brigadeiro Luís Antônio, andamos reto... Paramos nas Clínicas, quando desconfiamos que estávamos no caminho errado.
Foi cansativo. O sol estava forte e levamos mais de uma hora para chegar ao nosso destino, mas a recompensa foi ótima! O banho de arte e cultura que tivemos foi maravilhoso! Um lugar incrível, cheio de obras interessantíssimas, que me fez parar e refletir sobre a sociedade, a política, a fé.
O guia que nos acompanhou era muito inteligente e bonito também, confesso. O olhar tímido dele era muito fofo, lembrou-me um olhar em particular...
Quando já íamos sair do parque, um Argentino perguntou as horas pra gente. Respondi e pedi para que ele tirasse uma foto da minha amiga e eu, abraçando uma árvore. Ele foi educado, perguntou nossos nomes, apresentou-se e quando minha amiga perguntou de onde ele era, ele hesitou em responder, como se fosse algo de outro mundo. Baixinho, disse: "Buenos Aires, vocês tem alguma coisa contra? É que muita gente não gosta..."
Eu respondi rindo: "Não, só quando joga com o Brasil!"
Ele sorrio e comentei sobre a minha amiga, que teria ido com a gente se não estivesse gripada. O hermano foi gentil, desejou melhoras para ela e perguntou se podia caminhar conosco. Já era tarde pra nós, estávamos indo embora, então, nos despedimos e saímos.
Foi um dia muito bom, só faltou a Becca pra rir com a gente.